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domingo, 25 de julho de 2010

Leite Materno

Mamar ao peito é um ato natural e os bebês fazem-no há gerações.


Quando um bebê tem fome, mama no peito da mãe, durante o tempo que quer, até ficar satisfeito.


Entretanto vai crescendo e a mãe vai produzindo cada vez mais leite.


Quando começa a comer outros alimentos, as mamas produzem só o leite necessário para completar as suas necessidades.


E tudo isto acontece durante meses, anos, sendo possível por um complexo controlo hormonal e glandular.


Os dois 2 hormônios mais importantes são:

  • A prolactina (produzida na glândula pituitária anterior) que estimula a secreção de leite nos alvéolos, em resposta à estimulação da aréola e do mamilo por parte do bebé.
  • Quando o mamilo é estimulado a prolactina é libertada e inicia-se a produção de leite.
  • Quanto mais o bebê estimula a mama, mais leite é produzido.
  • Se existe restrição à amamentação, porque o bebê não vai à mama, ou porque é retirado antes de terminar uma mamada espontaneamente, a produção pode não ser estimulada adequadamente.

A ocitocina (produzida na glândula pituitária posterior), é libertada por surtos durante a amamentação, e provoca a descida do leite através dos ductos até ao mamilo (o reflexo da descida ou ejecção).


Quando o bebê mama, ao tocar com a boca no mamilo e na aréola envia mensagens nervosas para a glândula pituitária que liberta a ocitocina na corrente sanguínea.


Isto provoca a contracção das células mioepiteliais dos alvéolos e a ejecção do leite, que vai provocar um aumento do diâmetro dos ductos lactóforos e e o movimento do leite para o mamilo.


Entre as ejecções de leite, o diâmetro dos ductos retorna ao seu valor pré ejecção, sugerindo que a acumulação de leite não se faz nos grandes ductos (canais) mas nos pequenos canalículos.


De início este reflexo é não condicionado, com resposta a um estímulo físico mas, mais tarde torna-se condicionado, e apenas o choro, a visão ou pensamento do bebê pode ser suficiente para provocar o fluxo de leite.


Se a mãe se encontra deprimida, cansada ou com falta de confiança na amamentação o reflexo da ocitocina pode ser inibido, embora esta inibição temporária e parcial possa ser revertida.


A ocitocina é a responsável pelo desconforto sentido por algumas mulheres durante as primeiras semanas, e que é normal.


Sinais e sensações de um reflexo de ocitocina activo:

  1. sensação de pressão, formigueiro, picada nos seios imediatamente antes ou durante uma mamada
  2. pingar de leite dos seios quando pensa no bebé ou o ouve chorar
  3. gotejar de leite do outro seio, quando o bebé está a mamar
  4. leite a escorrer dos seios se o bebé larga o seio durante a mamada
  5. dores pela contracção do útero, com pequena perda de sangue eventual, durante as mamadas na primeira semana
  6. sucções profundas e lentas, seguidas de deglutição. Mostrando que o leite está fluindo para a boca do bebé.

Controle local


O sucesso do aleitamento materno depende da remoção de leite da mama.


Há um controle local, que inibe a produção de leite para esta não ser exagerada.


Permite um equilíbrio desejável entre a oferta e a procura.


Controle local de produção de leite:

Se a mama fica cheia de leite, a produção pára


Composição do leite humano


A produção de leite começa quando os homônios esteróides placentares (a progesterona e os estrogénios) diminuem e a secreção de prolactina aumenta.


O colostro é o primeiro leite que é produzido pela mulher após o parto.


É espesso e de cor amarela ou transparente e, embora produzido em pequena quantidade, tem os nutrientes necessários para alimentar o bebê desde o nascimento.


O colostro tem uma quantidade grande de facores de defesa de infecções como imunoglobulinas, lactoferrina, células brancas (leucocitos), citoquinas e outros e facilita a digestão e a eliminação intestinal.


O leite de transição é o leite produzido após os primeiros dias até à segunda semana e tem uma composição intermédia entre o colostro e o leite maduro.


O leite maduro é o leite que é produzido pela mulher alguns dias após o parto e quando se inicia a sua produção, em maior quantidade, a chamada “descida do leite”, as mamas ficam mais cheias, endurecidas e pesadas.


O leite humano tem uma grande complexidade, apresenta variações de composição de acordo com as necessidades do bebé, e adapta-se ao seu crescimento, ao seu apetite e à sua sede.


As variações de composição verificam-se mesmo ao longo do dia e até durante a mesma mamada.


O leite inicial (anterior) é o produzido no início da mamada e o leite final (posterior) o produzido mais tarde, para o fim da mamada.

A gordura do leite é muito importante por várias razões, entre as quais porque proporciona metade das calorias no leite materno.


A sua quantidade varia muito: individualmente, durante o dia, durante a mamada, de mama, tempo decorrido desde a última mamada, do “esvaziamento”.


A sua quantidade duplica no leite final.


Assim, um pequeno volume de leite final proporciona grande quantidade da energia necessária ao bebê.


Isto é importante para saciar o apetite e ajuda a explicar a recomendação de deixar mamar apenas num dos seios, pelo tempo que quiser, e só mudar para o outro se desejar.

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